DIPLOMA DE JORNALISMO

Pode acontecer nesta quarta feira o julgamento do recurso apresentado pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão, que questiona o diploma de jornalista.Uma das alegações apresentadas por aqueles que são a favor do diploma é a de que tem gente analfabeto requerendo o registro no Ministério, através de uma liminar. Afirmo que essa é uma desculpa esfarrapada, já que analfabetos sequer saberão ler.Por isso, com certeza nem estarão ligados a quaisquer empresas de comunicação ou agencia de noticias.
Sou contra o diploma. Acho que não é necessário para que se tenha competência no trabalho jornalistico.Assim como não é necessário o, hoje exigido, curso de radialista para que se saiba trabalhar em rádios. Prova disto são os milhares de profissionais que por tempo de carreira, depois de trabalharem anos e anos na comunicação, adquiriram seus registros junto ao Ministério do Trabalho, o chamado 'DRT'através da comprovação de tempo de carreira.E muitos deles, ainda hoje estão aí mostrando sua competência no rádio e até na TV sem terem passado por um banco de faculdade e fazendo inveja pra muito jornalista que se diz ter sido formado numa faculdade.
Tenho curso superior hoje. Mas há muitos anos estou no rádio e nunca, que eu saiba, feri os principios constitucionais para exercer minha profissão de radialista e jornalista, que procuro dignificar com muita seriedade, pois dela levo o pão para o meu lar.
Quem disse que tem analfabetos conseguindo DRT, não só desrespeitou a dignidade e honra daqueles que conseguiram tal documento, com certeza, depois de anos e anos de trabalho sacrificado, como também menosprezou nossos representantes dos Poderes Constituidos que concederam tais documentos e até nossos magistrados, que concederam tal liminar.
Espero sinceramente que nossos dignissímos ministros do STF analisem com frieza e seriedade todas essas questões.
Não é necessário um banco de faculdade para se formar um jornalista.Essa respeitada instituição educacional ensina todas as teorias e práticas técnicas para o bom exercício da profissão, e até, princípios legais. Mas não ensina ao profissional princípios como honradez, carater, respeito à dignidade humana, consciência humanitária, ética, moralidade e outros. Pois esses, vêm do berço. Os bons profissionais que temos no mercado, em atividade ou não, se têm o diploma hoje, já levavam esses princípios de casa quando chegaram à faculdade. Os que não têm, carregam esses princípios desde sua infância, levando-os para o trabalho, mostrando-os à sociedade, mesmo sem ter passado por um banco de faculdade. Pois não os adquirimos com um Diploma qualquer.
Confio piamente na sabedoria dos nossos magistrados do STF. Pois com certeza, eles sabem que, de sua decisão dependem não só aqueles que querem, a todo custo, fechar o mercado de trabalho em prol de quem tem poderes financeiros suficientes para custear uma faculdade, mas também aqueles que ardorosamente lutam no dia a dia, para prestar o mesmo trabalho daqueles outros, com a mesma qualidade, mas que não tiveram a mesma sorte de poderem pagar um curso superior, mesmo tendo a competência necessária, talvez até mais que demonstrada através de seus trabalhos.
Tomara que nossos ministros do STF, ao julgar tal Recurso, não pensem só nos interesses que estão por trás da exigência do diploma, mas também no destino de muitos que já se encontram empregados e que poderão aumentar as filas do desemprego, se sob a égide da Lei, forem obrigados a mostrar um diploma de curso superior em seu local de trabalho.
Diploma não representa Competência.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

REVISÃO DO FGTS NO SUPREMO JÁ VIROU NOVELA

PENSANDO NA PANDEMIA E SEUS EFEITOS

RENOVAÇÃO DOS CUMPRIMENTOS HABITUAIS